Total de visualização de páginas

COMO NA LUA/ COMO A LUA

Photo by Claudeci Farias on Unsplash



FABIO DA SILVA BARBOSA
Fabio mostra ao longo de sua trajetória um trabalho que vem passando por fases, experimentando formas, o caminhar de uma extensa obra em construção, mas mantendo sempre a veia ácida, crítica e de demolição do que está posto. Entre zines, livros, vídeos e eventos o rastro vai ficando sobre essa terra devastada. 

COMO NA LUA/ COMO A LUA

Lembra de quando você via seu irmão caindo na rua
E o governo dizia
Ainda somos uma nação forte
Queriam convencer
Que aquele uniforme
Era o máximo
A mentira se repete até hoje
Mas você pode ver muito mais que eles conseguem entender
Tudo se esvai
E você já não consegue absorver
Estas verdades
A TV fora do ar rouba do amanhecer
O computador então se converte na nova sensação
Ninguém lembra mais o que é viver
Mas você pode ver muito mais que eles conseguem oferecer
Mas vamos quebrar agora esta corrente
E toda corrente e genealogia
E toda parede de gelo
Não queremos pertencer a uma elite
E vestir essa maldita fantasia
Bolhas de sabão
Nada bom
As máquinas surgem
E as necessidades
Com elas
Somos todos exterminados com tiros na cabeça
Destruir tradições é muito importante
Não podemos abrir mão
Do alto falante
Que eleva nossa voz
Nos megafones cruzamos nosso olhar
Como polícia e ladrão
Não conseguimos perfumar nossos pés
Com crack e alcatrão
Peixes passam pelas janelas
Dos ciclistas voadores
Ninguém cria nada novo
Nestes tempos de horrores
Por favor
Esse pão mofado
Essa cerveja azeda
Já não possuímos mais
Fogo ou labareda
O quadril escorrendo perna a
A perna de pau
Do pirata mendigo
Eleva o tom
Dessa taquara rachada
Resistindo a toda opressão
Como balões coloridos
Enfrentando o ar

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente, pergunte, deixe sua opinião. Obrigado!